Que aprendizagens e competências vais desenvolver:
O que deves conseguir fazer no final da(s) aula(s):
"Os mestres estão empoleirados na sua cátedra como galinhas e, com um notável ar de desprezo, dão informações sobre as coisas que jamais tocaram com as suas próprias mãos, mas que se lembram de ter lido nos livros dos outros (...). Por consequência, todo o ensino é falso: perde-se o tempo com questões absurdas e é tudo tão confuso que o aluno aprende ali menos do que se seguisse o curso de carniceiro (...)"
André Vesálio, Acerca da estrutura do corpo humano, 1543
“Próximo da felicidade teólogos está a daqueles a que o vulgo chama religiosos e monges (…). Atribuem tanta importância às suas particulares cerimónias e às suas tradições humanas que lhes parece que o céu não é bastante prémio para tantos méritos. Esquecem todos que Cristo lhes perguntará somente se obedeceram à sua lei, a lei da caridade. (…)
Já há algum tempo que desejava falar-vos dos reis e dos príncipes (…). Eles entregam aos deuses todos os negócios, levam uma vida de moleza e não querem ouvir senão os que lhes dizem coisas jucundas ou lhes afastam os cuidados. Julgam executar inteiramente as funções régias se vão assiduamente à caça, se tratam dos cavalos, se vendem comodamente prefeituras, se diariamente inventam novas maneiras de diminuir a riqueza dos cidadãos e de aumentar a da coroa com o fisco. (…)
Que direi dos cortesãos? Nada há mais rasteiro, mais servil, do que esses homens que se querem considerar os primeiros entre todos. (…)
Rivais dos príncipes, os sumos pontífices, os cardeais e os bispos quase os superam. (…) Os nossos pastores não fazem mais do que buscar pasto. (…)
Se julgares o meu discurso demasiado petulante, pensai que falei em nome da loucura.”
Erasmo de Roterdão, Elogio da Loucura, Lisboa, Cosmos Clássicos, 2000, pp. 120-121
“Vitorino, originário de Feltre, na Lombardia, era um homem de categoria, e de vida sóbria, instruído no grego, no latim e nas sete artes liberais. (…) Era reputado em toda a Itália pelas suas virtudes e os seus conhecimentos e por isso numerosos aristocratas venezianos lhe enviaram os filhos para que os educasse e lhes ensinasse as belas letras (…). Ele permitia-lhes praticar exercícios físicos, e os filhos dos nobres eram encorajados a (…) fazer todos os exercícios bons para o desenvolvimento do corpo, dando-lhes estes recreios depois de terem aprendido e recitado as suas lições. Fazia leituras nas disciplinas apropriadas a cada classe e ensinava as artes liberais e o grego (…). Estabelecia um horário apertado, e não consentia que nenhuma hora fosse perdida. Raros eram os alunos que abandonavam a casa, e regressavam sempre à hora marcada; à noite todos eram obrigados a recolher cedo. Assim os criava nos hábitos de ordem e de aplicação (…)."
Vespasiano da Bistici, “Vida dos homens ilustres”, in Gustavo de Freitas, 900 Textos e Documentos de História, vol. II, Lisboa, Plátano Editora, 1978, p. 146
“Ao nobre parece não existir nobreza semelhante à sua, pelo que julga que todos os outros lhe ficam muito atrás. Procura, em todas as coisas, fazer como fazem os reis e os príncipes e ordena que o sirvam de joelhos (…).
Não sabe ler nem escrever e se soubesse não quereria saber, porque é tido por mais nobre aquele que menos sabe. Só estuda questões de gravidade e como deve fazer para se mostrar grande e abaixar os demais, porque [para ele] é em coisas como estas e não na virtude que consiste a nobreza.”
Anónimo italiano do século XVI, “Verso e Anverso do Reyno de Portugal”, tradução de A. H. de Oliveira Marques, in Revista Nova História, Século XVI, n.º 1, Maio de 1984, Ed. Estampa.
“Que o cortesão ideal seja, além de nobre, homem de bem, isto é, prudente, bom, corajoso, confiante; belo e elegante. Que a sua principal e autêntica profissão seja a das armas, que saiba todos os exercícios que convêm a um militar. Que o perfeito homem de corte seja alegre, saiba jogar e dançar, que se mostre homem de espírito e seja discreto.
As letras de Deus revelou aos homens são úteis e necessárias à vida e à dignidade do Homem. Que o cortesão conheça não só o latim, mas também o grego. (…) Que ele saiba escrever em prosa, particularmente a nossa língua. Louvá-lo-ei também por saber várias línguas estrangeiras, principalmente o espanhol e francês (…). A sua cultura parecer-me-á insuficiente se não tiver conhecimentos de música (…). Há ainda um aspecto que julgo de grande importância; trata-se da arte do desenho e da pintura. (…) Que o nosso homem de corte seja um perfeito cavaleiro de toda a sela: nos torneios, nos duelos, nas corridas, no lançamento do dardo e da lança. (…) Convém também que saiba saltar e correr."
B. Castiglione, O Cortesão
Que aprendizagens / competências vais desenvolver:
O que deves conseguir fazer no final da(s) aula(s):
O que deves conseguir fazer no final da(s) aula(s):
História 7
História 8
Historia 9
Mundo Actual 7
Mundo Actual 8
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